Novas descobertas sobre a vida extraterrestre


No fundo de uma mina em Timmins, Ontário, cientistas extraíram amostrar de água de mais de 2 bilhões de anos. Agora, eles estão em uma busca para ver se qualquer forma de vida existe no líquido. Se os microrganismos forem encontrados, muitas portas seriam abertas para uma lista crescente de áreas onde os extremófilos (formas de vida que habitam ambientes extremos) poderiam existir.

Se não, no entanto, a constatação nos daria uma lição igualmente importante, comenta Barbara Sharwood Lollar, professora de ciências terrestres e geoquímica na Universidade de Toronto. Esse estudo poderia fornecer informações chave a sua equipe, disse ela, como trazer uma sugestão de "ambientes abióticos" (ausência de vida), quando um elemento essencial para a vida está ausente. Compreender isso poderia tornar muito mais fácil a procura de vida fora da Terra.


"Até o momento, é provável que Marte esteja no meio do palheiro abiótico. Estamos procurando por sinais de vida passada, e sabemos agora, com certeza, que a superfície do planeta vermelho parece estar dominada por processos não biológicos," informou Barbara Lollar. "Mas estamos testando todas as nossas técnicas aqui na Terra, que tem na verdade um problema inverso. Nosso planeta tem tanto sucesso em criar e abrigar a vida que temos poucos lugares para estudar e tentar entender como seriam os processos antes da vida ter surgido."

Até agora, toda a vida na Terra tem a mesma ascendência, não importa o quão extremo seja o meio ambiente. Que a vida é muito tenaz, os cientistas já descobriram.


Extremófilos foram encontrados em respiradouros vulcânicos, com temperaturas atingindo muito acima do ponto de ebulição. Em 2007, a Agência Espacial Europeia lançou deliberadamente microrganismos em uma nave espacial Foton-M3 e os expôs ao vácuo inóspito do espaço. As formas de vida enviadas sobreviveram.

A vida poderia ter acontecido de forma diferente em outros planetas, no entanto, o que torna difícil para os cientistas descobrir o que procurar. A vida baseada em carbono aqui na Terra pode não ser a mesma cadeia de vida formada em outros planetas.


"Assumis que há apenas uma maneira de criar a vida, mas isso porque nós só conhecemos uma maneira para a formação da via, que é a nossa. Mas pode ter havido várias experiências e múltiplas formas de "proto-vida" antes de uma assumir, por meio da seleção natural", disse John Baross, oceanógrafo da Universidade de Washington em Seattle, que também se pronunciou durante o evento.

Os cientistas acreditavam que a vida só poderia existir se um planeta se encontrasse a uma certa distância de sua estrela, que permitiria a existência de água líquida. Nas últimas décadas, no entanto, os cientistas perceberam que o calor também pode vir de um processo como flexão de maré, como o que ocorre na lua de Júpiter, Io, por conta da gravidade do imenso planeta.


"Imagens da sonda Voyager em 1970 e 1980 revelaram pelo menos seis luas que têm uma camada de água encoberta por outro de gelo", acrescentou Kevin Hand, cientista-chefe adjunto da diretoria do sistema solar do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. "Uma delas é a lua de Saturno, Enceladus. Em Enceladus, o oceano está saltando para fora, literalmente. Podemos observar plumas de água saindo das fraturas do gelo de Enceladus".

Embora os cientistas possam ver as áreas que podem ser habitáveis para a vida, Kevin acrescentou que ainda não se pode confirmar se elas realmente abrigam vida. Assim como a química, processos geológicos terrestres já foram confirmados em outros planetas, e ele acredita que a biologia seja o próximo passo. Nós temos agora as ferramentas e a tecnologia para fazer os experimentos e as medições, e para ver se a biologia juntamente com os princípios que conhecemos na Terra são ou não aplicados além do nosso planeta.

Fonte: Galeria do Meteorito

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